quinta-feira, 18 de junho de 2015

Um homem de negócios: Um dono de hotel.

ZÉ MANOEL DE SANTANA

Bar e restaurante. E Hotel. E o Zé Manoel que trabalha no balcão, na cozinha e na portaria. E serve as mesas, e cobra e dá troco e administra os pedreiros que trabalham na ampliação do negócio. Zé Manoel é sergipano. Porque fala otcho. Burocracia nenhuma. Cheguei, pedi, ele me mostrou o quarto, nem quis saber meu nome. Em Passos e Boa Esperança, cidades maiores, me pediram documentos, preencheram fichas, queriam saber a profissão, tive de assinar, coisa demorada.

 Desci pra jantar no restaurante, que  também é boteco, única alternativa aos bebuns da cidade após as 7h da noite. Jantar num restaurante naquela cidade era um fato inusitado, a julgar pelo olhar dos oito homens que petiscavam e bebiam de  pé próximo ao balcão. Uma algaravia, tem hora que é bom ser surdo. Do lado de dentro, Zé Manoel também jantava com um prato sobre o balcão,  interrompendo a toda hora para atender a freguesia ou participar da conversa banal e etílica. Zé Manoel, de meia idade e pança protuberante.


Ali, tudo orbita a personalidade despachada do nordestino Zé Manoel, desde a arquitetura do prédio, que ele vai construindo aos poucos, até a informalidade das relações, passando pelo cardápio e as toalhas plásticas sobre as mesas. Quando ele morrer, não sobra nada.

4 comentários:

  1. Eu tambem ja fiz este percuso ate a nascente do rio grande,que sao varias e no final nao consegui identificar a verdadeira nascente do rio grande.ST

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    1. aconteceu o mesmo comigo, você deve ter lido. Obrigado pelo comentário.

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