ZÉ MANOEL DE
SANTANA
Bar e
restaurante. E Hotel. E o Zé Manoel que trabalha no balcão, na cozinha e na
portaria. E serve as mesas, e cobra e dá troco e administra os pedreiros que
trabalham na ampliação do negócio. Zé Manoel é sergipano. Porque fala otcho.
Burocracia nenhuma. Cheguei, pedi, ele me mostrou o quarto, nem quis saber meu
nome. Em Passos e Boa Esperança, cidades maiores, me pediram documentos,
preencheram fichas, queriam saber a profissão, tive de assinar, coisa demorada.
Desci pra jantar no restaurante, que
também é boteco, única alternativa aos bebuns da cidade após as 7h da
noite. Jantar num restaurante naquela cidade era um fato inusitado, a julgar
pelo olhar dos oito homens que petiscavam e bebiam de pé próximo ao balcão. Uma algaravia, tem hora
que é bom ser surdo. Do lado de dentro, Zé Manoel também jantava com um prato
sobre o balcão, interrompendo a toda
hora para atender a freguesia ou participar da conversa banal e etílica. Zé
Manoel, de meia idade e pança protuberante.
Ali, tudo
orbita a personalidade despachada do nordestino Zé Manoel, desde a arquitetura
do prédio, que ele vai construindo aos poucos, até a informalidade das
relações, passando pelo cardápio e as toalhas plásticas sobre as mesas. Quando
ele morrer, não sobra nada.
Gostei da caminhada do reporter.E
ResponderExcluirSou repórter não, cara. Sou andarilho e curioso.
ExcluirEu tambem ja fiz este percuso ate a nascente do rio grande,que sao varias e no final nao consegui identificar a verdadeira nascente do rio grande.ST
ResponderExcluiraconteceu o mesmo comigo, você deve ter lido. Obrigado pelo comentário.
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