segunda-feira, 15 de junho de 2015

SORTE ? Ofereço alternativas ao acaso.

SORTE, COINCIDÊNCIAS E OUTROS 

EVENTOS ALEATÓRIOS.
Estrada na Mantiqueira. Quase só passa motocicleta. E alguns andarilhos... No máximo, um cume!

Dizem que a sorte ajuda os bêbados, os imprevidentes. Há quem garanta que a sorte ajuda os esforçados (a sorte ajuda quem cedo madruga). Eu digo que a sorte ajuda os atrevidos. Eu não via viva alma há uma hora, quando me deparei com uma indecifrável bifurcação. Nesse instante, parou uma caminhonete ao meu lado. Aí foi só perguntar. Eu estava perdido perto de Claraval e a água acabara. De repente, uma mina acessível, com uma mangueira adaptada, para facilitar a captação nas garrafas. Após caminhar 35Km debaixo de muita poeira, eu chegava à MG-050, próximo à ponte do Rio Grande abaixo da barragem do lago de Furnas, determinado a esperar ali o ônibus para Capitólio. Nisso para o caminhão com técnicos da CEMIG para conversar comigo, especular. E me informam que os ônibus não passavam naquele trecho, desviavam pela crista da barragem, eu deveria caminhar à esquerda ou à direita até os trevos onde eles saíam ou entravam na rodovia. Eu teria ficado a tarde inteira ali... Chego no porto da balsa para Guapé e ela está zarpando. Tenho de esperar ela ir e voltar. 20 minutos. Foi o bastante para perder o último ônibus para Ilicínea, pois cheguei na rodoviária às 14h10 e ele havia saído às 13h55. Fui à saída da cidade e o primeiro que passou me levou de carona. Economizei a passagem e ainda fui conversando com um morador local, com quem obtive muitas informações sobre a região e a inundação das terras e da cidade ocorrida em 1963, com a construção do lago de Furnas. Enfim, tento fazer a sorte acontecer. Dou muitas alternativas ao acaso.

CACHORROS.


É sabido que em toda casa de beira de estrada há um cachorro na vigia. Mas eu acrescento que raramente há apenas um. Quase sempre é uma matilha. E quando não há nenhum, fico triste, porque significa que a propriedade está abandonada. Os cachorros fazem aquele escarcéu, a gente passa, eles se aquietam. De repente, o escarcéu recomeça e eles vêm em nossa direção novamente. Foi o dono que atiçou. Filhadamãe! Aí lembramos do rosto fugidio que apontou e desapareceu rapidamente quando passamos em frente. Aqueles caboclos arredios, que não gostam de gente... Creio que fazem isso para se divertir com esse tipo de molecagem que consiste em deixar o forasteiro em apuros, para deixar de ser besta. Comigo se decepcionam, porque tenho um método infalível e pouco trabalhoso de enfrentar cachorro: é só colocá-lo em seu devido e inferior lugar intelectual. O que não posso fazer com os respectivos donos, portadores de incontornáveis manhas. Em duas ocasiões, tive vontade de passar-lhes uma descompostura. Na estradinha que dava na trilha da subida da montanha da nascente do Rio Grande, encontrei um casal acompanhado de seus dois cachorros. Que me acossaram com muito escândalo. E os donos na muda, sem qualquer gesto ou grito para controlá-los. Já na estrada paralela ao Rio da Prata, em direção ao povoado de Mirantão, um cachorrão realmente feroz escapou do seu cercado e avançou em mim com maior ênfase. Certamente era um bom ator. Tive o  trabalho de parar e me virar e gastar um olhar mais severo para aquietá-lo. Tudo sob os olhos impassíveis de um cavaleiro que tangia o gado no pasto ao lado, dono do cadelo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário