quinta-feira, 25 de junho de 2015

O Rio Piumhi, ou Piui, mudou de direção.

Visão de quem se aproxima da ponte sobre o Rio Grande entre Passos e São João Batista do Glória, MG.
O RIO QUE INVERTEU SEU CURSO: PIUMHI.

A inversão do curso do Rio Piumhi ou Piui é uma realidade impressionante, que demonstra a grandiosidade da intervenção humana na natureza quando da construção da barragem no Rio Grande que resultou no Lago de Furnas.  O rio Piui nasce na Serra da Canastra e desaguava no Rio Grande, logo após passar por uma região pantanosa. Com a construção da represa de Furnas, o Piui foi desviado para o São Francisco. Isso para que a água do lago não vazasse para o vale do Rio São Francisco pelo leito do Piui e também não inundasse a área urbana de Capitólio. E também para possibilitar um nível máximo mais elevado para o lago da hidrelétrica. Para isso foi construído um dique próximo à cidade e canais redirecionando o rio. A construção dos canais drenou o pântano e, se por um lado permitiu a incorporação de extensa área à produção agrícola, pelo enxugamento do brejo, por outro exterminou o ecossistema primitivo da região úmida. Mas a informação que surpreende, do ponto de vista dos possíveis danos ambientais da intervenção, nenhum leigo imagina: ela interligou o ecossistema aquático das duas grandes bacias hidrográficas. Peixes e demais organismos aquáticos exclusivos da bacia do Rio Grande – que habitavam o Piui -  foram introduzidos na bacia do Rio São Francisco. Isso talvez tenha provocado graves desequilíbrios na fauna aquática e ribeirinha da bacia do São Francisco, como a invasão ou extinção de espécies e seus respectivos parceiros na cadeia alimentar. Mas, enfim, o que importava era a movimentação das turbinas e a geração de energia elétrica.

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