Visão de quem se aproxima da ponte sobre o Rio Grande entre Passos e São João Batista do Glória, MG. |
O RIO QUE INVERTEU SEU CURSO: PIUMHI.
A inversão do curso do Rio Piumhi ou Piui é uma
realidade impressionante, que demonstra a grandiosidade da intervenção humana
na natureza quando da construção da barragem no Rio Grande que resultou no Lago
de Furnas. O rio Piui nasce na Serra da
Canastra e desaguava no Rio Grande, logo após passar por uma região pantanosa.
Com a construção da represa de Furnas, o Piui foi desviado para o São
Francisco. Isso para que a água do lago não vazasse para o vale do Rio São
Francisco pelo leito do Piui e também não inundasse a área urbana de Capitólio.
E também para possibilitar um nível máximo mais elevado para o lago da
hidrelétrica. Para isso foi construído um dique próximo à cidade e canais
redirecionando o rio. A construção dos canais drenou o pântano e, se por um
lado permitiu a incorporação de extensa área à produção agrícola, pelo
enxugamento do brejo, por outro exterminou o ecossistema primitivo da região
úmida. Mas a informação que surpreende, do ponto de vista dos possíveis danos
ambientais da intervenção, nenhum leigo imagina: ela interligou o ecossistema
aquático das duas grandes bacias hidrográficas. Peixes e demais organismos
aquáticos exclusivos da bacia do Rio Grande – que habitavam o Piui - foram introduzidos na bacia do Rio São
Francisco. Isso talvez tenha provocado graves desequilíbrios na fauna aquática
e ribeirinha da bacia do São Francisco, como a invasão ou extinção de espécies
e seus respectivos parceiros na cadeia alimentar. Mas, enfim, o que importava
era a movimentação das turbinas e a geração de energia elétrica.
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